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A Lenda da Iara - Turma da Mônica em PDF








A LENDA DA IARA 
Texto do Livro

Protetora dos rios e da pesca e conhecida como a ‘‘mãe das águas’’, a sereia Iara é também muito temida pelos homens que pescam e navegam nos rios do norte do País e pelos que caçam em regiões próximas. 

Contam que Iara, uma bela índia, viveu durante muitos anos em uma tribo daquela região. O trabalho era dividido: os homens saíam para caçar e pescar; e as mulheres cuidavam da aldeia, dos filhos, do plantio e da colheita. 

Certo dia, a pedido do pajé, Iara foi colher em uma nova plantação de milho, que até então não conhecia. A índia mais velha da tribo explicou o caminho para Iara, que saiu cantando pela trilha que a levaria até o local da colheita. 

A indiazinha seguiu observando o canto dos pássaros e o colorido das aves que voavam perto de um lindo igarapé. Entusiasmada e com muito calor, ela resolveu se banhar naquelas águas, tranquilas e cristalinas. 

Iara ficou muito tempo dentro do rio, brincando com os peixes e cantando para os pássaros. Horas mais tarde, esquecendo-se completamente do trabalho, ela se deitou para descansar um pouco e adormeceu profundamente. 

Quando despertou, já era noite e percebeu que não conseguiria voltar para casa. 

- Estou perdida! Não sei como voltar à aldeia e não adianta gritar, pois estou longe demais para ser ouvida. É melhor ficar e esperar o nascer do sol. 

No dia seguinte, estava cantando, sentada sobre as areais claras do Igarapé, sacudindo seus lindos cabelos, quando duas onças famintas aparecem e partiram para o ataque, Iara correu rapidamente em direção ao rio. 

Ninguém sabe, ao certo, o que aconteceu. Algumas pessoas dizem que ela virou uma linda sereia que, por detestar ficar sozinha, usa o seu canto e sua beleza para atrair os pescadores e outros homens que se aproximam dos rios e leva-los para o fundo das águas. 

Segundo uma das histórias contadas pelos habitantes daquela tribo, certo dia, num final de tarde, um jovem índio voltava para sua aldeia, após mais um dia de pesca, quando derrubou o remo de sua canoa nas águas do rio. Muito corajoso, o jovem mergulhou naquelas águas, pegou o remo e, quando estava subindo na canoa, Iara apareceu e começou a cantar. Hipnotizado pelo canto da linda sereia, o índio não conseguiu se afastar. Foi nadando em sua direção e, impressionado, ainda pôde ver que as aves, os peixes e todos os animais em sua volta também estavam paralisados com o canto da Iara. 

Por um momento, o jovem ainda tentou resistir, agarrando-se ao tronco de uma arvore que estava na margem, mas não adiantou: ele logo foi parar nos braços da linda sereia. E afundou com ela, desaparecendo para sempre nas águas do rio. 

Um velho cacique que passava pelo local viu tudo, mas não conseguiu ajudar. Dizem que ele é o contador da história e que até inventou um ritual para livra-se do feitiço da Iara. Mas aos poucos que conseguiu retirar do fundo das águas ficaram alucinados por causa dos encantos da sereia.




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